quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Lua amarela...

Estamos sós e unidos
O laço é a tristeza
Desamparo comum em nossos espaços
Ela em seu céu azul
Que já escurecera
Faz-se de despercebida
Ao brilhar como o dono do teto
Mas sei que sente falta
Esse brilho amarelo é falso
Não passa de ilusão
Da copiosa menina da noite
Eu também me iludo
Com todos que pensam me acompanhar
Confraternizar-se agora é nada
Disfarces da faceirice
De quem ostenta multidões
Muitas vezes às têm
Porém por pouco sabes
Não me pertence
Sentimento alugado
Casto demais para nós
Apenas a solidão é própria
Numa noite como esta
Em que todos riem alvoroçados
E eu chorando por ser poeta
Este foi o meu Natal
Festa em que meu eu flutua
Por que choro por estar na Terra
E por estar tão longe da lua

sábado, 22 de dezembro de 2007

Terminal...

A espera de quem sabe
Que o incerto é mais seguro
Trancado e sem as chaves
Desse presídio sem muros
Trânsito pra ele é livre
Contanto que seja covarde
Temendo ver pelas frestas
E a luz abalar sua íris
Tudo por uma assinatura
Valendo um tempo de vida
Seria gerada não fosse
Os vôos que o deixam sozinho
E ela lhe disse “destino”
Em seus ouvidos soou normal
Entrega-se fácil ao destino
Prende a alma e o corpo no terminal
Agora está completamente incompleto
Sem pátria
Sem casa
Sem a história
Restou-lhe ouvir o mais duro
Covarde
Foge à guerra
Aceita esse mal
Tem inveja do futuro
Chama por factual
Quem sabe não faz outra arte
Para sentir-se mais genial
Um jazz pra tocar no final
Talvez... em lata.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Téo e a Gaivota...

Voam juntos em separado
Cada um no seu espaço
Téo prefere o ar do chão
E a Gaivota o vôo alçado
Um não vive sem o outro
Apesar de serem livres
Téo queria ter as asas
E a Gaivota, um sorriso
Os ventos sopram agora
Nesta praia ou em alto mar
As ondas são a percussão
Das canções do verbo amar
Garotos querem os céus
As aves querem pousar
A vida pede passagem
Para o sonho ancorar
Se na areia eu toco
E faço amor em mil canções
Sou como Téo e a Gaivota
Homem e ave
Poema e prosa
Em busca da sorte
À espera do norte
Nos rumos da brisa
Correndo da morte


p.s. Bom, a melodia é do Marcelo Camelo, mas como ele esqueceu de fazer a letras, a fiz... Quem quiser ouvir ele, violão e o oceano clica aqui: http://www.youtube.com/watch?v=0ecB0fV0miU

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

CPMF...

Nessa semana, foi vetada a prorrogação da CPMF (Contribuição que Puta-Merda é Foda), a primeira contribuição obrigatória do mundo. Mas deixando esses detalhes que usurpavam 0,38% de qualquer movimentação bancária de lado, o que mais me chamou a atenção foi o talento “político” de nossos representantes.
De um lado estava o Presidente Lula, o legítimo caudilho populesco ou populista caudilhesco, vai depender muito da ocasião, se quando ele discursa sobre a importância dos 40 bilhões de reais que seriam destinados ao Bolsa Família e à saúde ou quando ele está reunido com seus amigos banqueiros. Lula chegou ao ponto de ir ao morro no Rio de Janeiro e acusar as elites de quererem tomar o que é do povo. Ora Presidente, se é para ser justo com o povo, comece dando os 10 milhões de empregos que prometera nas eleições de 2002.
Do outro lado estava a insana oposição, liderada pela corja do PSDB e DEM, ela pregava que o imposto seria abusivo e não estava bem aplicado. Ei! Será que eles pensam que ninguém está vendo? Todo mundo sabe que o imposto foi criado no governo neoliberal do binômio das falcatruas Collor-FHC. E todos sabem que o grande interesse da oposição era acabar com os programas pop-assistencialistas do Governo, que além de apaziguar a fome e os números, geravam votos imprescindíveis à base governamental.
No meio disso tudo, o povo assistiu o caso de camarote, inertes, como sempre. Parabéns ao povo brasileiro, o maior merecedor de toda essa corrupção. Quem sabe na Copa do Mundo você sorria, não é? O povo também esqueceu de congratular a um dos poucos dignos deste país, Oscar Niemayer, que completa 100 anos hoje. Parabéns para ele que nunca se omitiu ao chamado do Brasil, e como ele mesmo disse: “A vida é um sopro”, e eu acho que o povo é uma brisa.

Isso...

Não tem nome à essa altura
Quem dá a nomenclatura?
Ou será que não se nomeia
Prefiro chamar por Isso
Isso tudo desconhecido
Que me usurpa e não por Isso
Fez-se dono do meu sono
Afugenta meu coração
Como se meu sangue
Fosso denso demais
Isso pode ser psicológico
Onde o irreal é ilógico
E me enquadra num zoológico
Parece até cômico
A redução de um intelecto construído
Ao puro instinto involuntário
Acho que Isso roubou minha razão
E por pouco não levou meu espírito
Este sedento de teu suor
Do fulgor do teu sorriso
Isso talvez seja um deus
Meu Senhor da libido
Decreta que arranque suas vestes
Fragmentando seu corpo pequeno
No fogo de peça por peça
O poder do naturalismo
Que em meu amor somou desejo
Selvagem por si só
Agora sou lutador
Na ânsia de ser o melhor
Dar golpes de ósculo
Por todas as partes
Ser nocaute no auge
Isso era para ter nome
Mas não pode se prender
Pois sobe e desce por todos os andares
Sem medo de nenhum degrau
É mais que amor, eu sei
Às vezes é dor, talvez
A paixão não ia tão longe
Sei que é Isso
O nosso único e perfeito segredo
Que somos no escuro
Isso
A luz que brilha no breu
E apaga no claro do dia
Nós somos Isso mesmo
No triste, no estável e na alegria
É Isso mesmo.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Maninho...

Há frases feitas para tudo
Clichêsde sobra para nós
Mas só dizer que a peleja é dura
Não retrataria a caminhada
Foram risos e lágrimas
Durante todo o percurso
Quando riamos postávamos o sol
E se choramos
Era água na estrada
A saga de gente que não desiste
Nem se, em coro, o mundo exigisse
Fosse irmão em todas as horas
Pai, quando preciso
Filho, quando retornas
Às vezes é bom olhar para trás
Aliviando-se por tudo que passamos
Porém o melhor é erguer a cabeça
Veja adiante, não esqueça
Os caminhos se abrem agora
Avante, irmão!
Que a felicidade não demora
Descobre o amor no teu dia-a-dia
E sobressaia com alegria
O teu irmão, mesmo em poesia
Agrade a Deus pela sorte
Sorte de ter o seu sangue
Obrigado por tudo
E vamos lá
Porque é só o início...

sábado, 8 de dezembro de 2007

Franco noturno...

Faz parte de um sistema
Enlaçado a qualquer parte
Controle do meu corpo
Que só geme e se retrai
Como galhos tortuosos
No calor da emoção
Que faz frio por sol demais
Contorce-se no vazio
Em busca de sustentação
Na acidez de meu penar
Reflete o opaco homem
Instável no leito de morte
Durante o dia se acha vivo
Ao lado da mulher amada
Com amigos e até sorte
Porém a noite só avista
Os seios do próprio agouro
Inseridos na falta de sono
Às vezes quando vem traz um presente
O pesadelo de alguns tempos
Do gordo que devoraria meu sossego
Destruiria minha casa
Usurpando o pouco que sobrou
Para ser Franco, nada falta
Prefiro nem dormir para não encará-lo
Medo é só o que sinto

Ojeriza àquele senhor
Pretendente por apagar a última luz do meu lar

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Meio...

O amor é o maestro
Paixão, a tradução
Fiel por teus olhos
Cúmplice pelos teus passos
Vidrado em teus olhos
Amante nos teus braços
Dou um pouco do meu sangue
Se preciso para que vivas
Quem sabe adivinhasse
Os sonhos que tu querias
Arranjo um motivo para tua alegria
Ou roubo um sorriso por aí
Mostra a fonte clara para mim
Sabes que eu morro de saudades
A partir da hora do adeus
E mesmo se for vê-la no outro dia
A noite seria interminável
Suspeitas de melhoras, se contigo sonhar
Até acordado é possível
Por você que me tomou de vez
E o que eram lábios
Fizeram-se armas de uma guerra insólita
E o que se achava um só corpo
Tornaram-se incondicionalmente dois
O nosso instrumento
Em madrugadas como esta
Onde a poesia ameniza o insone
Sinto falta de você
Que apenas com um toque
Devolveria meu sono
Até mesmo a outra parte do mundo

sábado, 1 de dezembro de 2007

Assim vai...

Vontade é muita
Muito à vontade
É desejo sem maldade
Que mal há nessa idade?
Será fogo de verdade?
Preferia não tocar
Não consigo só olhar
O Voyerismo se queimou
Com o calor de meu pensar
Nunca penso em possuir
Nem em um simples dominar
Dá-me apenas paciência
Para não enlouquecer
Na realidade lúcida
De um amor que sempre muda
Passando por diferentes etapas
Contidas em um só processo
O sentimento inocente e discrente
Fez-se vivo e inconseqüente
Sem perder sua pureza
No ardor da natureza
E apesar de sem controle
Afirmo com precisão
Amor de verdade é o meu
Que o uniu o carinho e perdeu a noção
Aprendeu a respeitar sem largar da paixão
É sangue rolando na alma
Todo ser dentro do coração

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Urbano...

Sou quem se vai
Correndo nas ruas
Engolido pela tua buzina
Um perdido dentro de casa
Dentro do corpo
Sem nada de alma
Não há tempo para pensar
Alguém poderá me atravessar
Sinais de sereno
Chuva ácida, quem sabe
Inalo essa fumaça podre
É lixo, fábrica, cigarros
Tudo cheiro, sabor de escarro
O negócio é correr mais
No meu pé sufocado
De tênis que quer descalçar-se
Sentir a frieza do chão
Mas vai se derreter no asfalto
Parar de fazer tripas em cadaços
Pavimento até no amor
Por onde anda o abstrato?
Até o sentimento é concreto
É massa, é bloco e é reto
Quando a razão do sentir
Seria deixar pelo torto esvair
Sumiram os sentidos
O sol não atura mais
O sono me rejeita todas as noites
Entrego-me de leve ao sistema
Assumo o papel biológico
Bicho urbano insone e sem pena

Para Madjer Ranyery, um bicho urbano com ares de campo!

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Murmúrios Deodoro, De mim mesmo...

Maldita quarta-quinta
Que só feriou minha calma
Deixando um quinto da alma em chamas
E queimando o resto sem dó
Proclamou a impaciência de novo
Com a espada insone diária
Sou Marechal da covardia
Até sigo o rumo histórico
Um poltrão acordo comigo mesmo
Serei mais um a fugir do rei
E se ousasse enfrentá-lo
Dava um berro no vácuo
Basta que eu ouça
O som que me acalenta
-Eis a minha amenidade
está de pé a minha República
de todo cidadão covarde
que já faz parte da derrota
e sangra a corda da cidade
Vai ficar guardado o sabor
Do suor que pinguei deitado
Em um dia que até quando dormi
Num abismo fui lançado
Encontrando no fundo um poço
Que no seu fim tinha uma luz
E era fogo
Que incinerou meu sorriso
Mais um dia negro
De brancos olhos cansados

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Big-death feliz...

Vermes às mesas
Cegam pratos às vistas
Mordendo bocas às lambidas
Coçando as peles em cremes
Pulsando a dor decadente
De quem esbanja os sorrisos
Dos dentes que cerram vidas
Sem largar da comida
Eles não têm fome
Mas morreriam para comer
Espíritos podres in vitro
O sentido humano petrificado
E os cachorros lambem os restos
Que para muitos seria o banquete
Se faca fosse estilete
Ou garfo fosse um tridente
Juro que se os fast-foods
Arrancassem dente por dente
Ou instiga-se o vômito
Do lanchinho burguês
Quem sabe os vermes deixassem
Os pobres parasitarem
Lambendo o chão
Na imaginação, nutriria

sábado, 10 de novembro de 2007

Pesos...

Ah! Que vontade de morte
Se viver só me angustia
Até com o amor
Falta-me muita sorte
Não há nada que não traga dor
E junto com a notícia ruim
Vem junto o azar, o vício e o ardor
E a carga que suporta a lágrima
Não tenho que ser forte
Mesmo que com fogo na ponta
Respiro o mal que é meu suporte
Um trago de tudo que é ruim
Voltou a fazes sua função
Apaziguar minha alma
Amaciar meu coração
Tornar denso meus pulmões
Com a máscara da ilusão
É tudo para me enganar
Às vezes controla mais que o cérebro
Sentimento farsante
Que me deixa menos deprimente
Completamente químico
Disfarces de um intransigente
Sei que estou errado
Mas se não fizer, eu choro
E lagrimas corrompem os nervos
Daí vão abrir um buraco na alma
Mostrando o que agora sou
Um frágil covarde
Exposto às moscas
Traído dentro da própria casa
Uma facada no peito
Decepando o sorriso
Evidenciando tripas infelizes
Eu não me perdôo por nada
Por ter sido tolo
E não enxergar meus próprios olhos
Estar vivo é um detalhe
Um retrato da minha noção
Click: sem sentido
Sem sobriedade, sem noção
Um morto em carne viva
.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Como queiram...

Valores pré-cambrianos
Caninos corroem os canos
Na fossa que se acha garganta
Que arranha a voz de esgoto
Engolem os ratos no estômago
Respirando o ar argiloso
Na praia dos seus pulmões
Expiram um líquido viscoso
É lama que vai pra corrente
Pois sangue foi para o intestino
Fazendo um bolo silvestre
De fezes, grilhões e meninos
Arrastam-se por aqueles corpos
Revestido pela banha do egoísmo
Excretam a massa com ódio
Como se defecassem o espírito
Mas foi mais que isso
Algo que o odor já divulga
Foi a alma gordurosa burguesa
Criando sua imagem e semelhança
O retrato de sua essência
Ou merda, como queiram

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Composição...

Preciso fazer uma canção
Que embale minha vida
Sem se prender a um gênero
E não se limite a uma voz
Para que nas horas de tristeza
Venha-me como um tango
Real e capaz de mostrar meu desengano
Mas logo depois da angústia
Escute o barulho do samba
Se a dois, um de raiz
Se só, quero bossa-nova
Em noites de amor que um blues
Nos dias de sol ouço em jazz
Na minha emoção rock n’roll
Ou quando dançar drum bass
Pulsando em um ritmo forte
Em compassos do coração
Que bate em notas da vida
E harmoniza tudo o que é meu
Para essa música não tem aulas
Nada de riffs ou acordes
Porém qualquer um pode sentir
É só respirar bem fundo
Começar a ouvir o silêncio
Pois é lá onde vibram os sons reais
Na freqüência de um amor
Que como um single dos Beatles
Não pára de tocar jamais

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Aos vivos...

Estranha é a noite
No dia dos mortos
Onde os homens porcos
Debulham suas flores
Aos pés dos corpos
Sem notar que as almas
Já se foram a muito
Deixando tudo oco
Entregues aos vermes
Expostos ao mofo
Se caixas de barro
Ou se banhadas a ouro
Todos se desintegram
Por causa de tanto choro
Como se chorar por fim
Só lhes trouxesse agouro
Quando em verdade
A vontade dos que se foram
É de agradecer por terem ido
Ao encontro da sombra
Já que não há pior morte
Do que a do viver na Terra
Onde homens nem tem mais espírito
Deixando irmãos morrerem de fome
Um aviso aos vivos
Não chorem pelos mortos
Trabalho em vão
Eles já choram por nós
Com pena de cada vida
Que abdicou da igualdade
E assumiu a condição
De uns serem melhores que outros
Se agora é irreversível
O destino também o é
E destina todos os homens
Ao único lugar puro do planeta
Onde os ricos ficam pobres
E ninguém se humilha mais
É a cova
Onde a terra pode encobrir
As angústias cadavéricas
Putrefando os corpos sujos
Num odor de vida eterna.

domingo, 28 de outubro de 2007

A canção do nasciturno...

As madrugadas não são as mesmas
Perderam a obscuridade
Por conta da sua pele alva
A insônia já não é a mesma
E dorme pelos cantos
Nem resiste ao seu afago
O pranto já não é o mesmo
Se ainda insiste em molhar
Logo evapora no seu respirar
A dor já não é a mesma
As feridas se fecharam
Com sua mão fez cicatriz
O cansaço já não é o mesmo
Agora só descansa
Perto do seu corpo em abraço
A boca já não é tão seca
Umedece os lábios
Nos seus beijos caudalosos
O espírito já não é o mesmo
Desistiu de vagar sem rumo
Encontrando você por vigiar
Nem o destino é mais o mesmo
Jogou a toalha de vez
Não quer mais lhe afastar
Nada é como antes
Exceto um detalhe
Que por pouco se perdeu
Mas resolvou achar-se
Na chance que a vida deu
De corrigir os erros
Que ninguém cometeu
E de renascer o amor
Que nunca sequer morreu

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Bagunça...

Está tudo bagunçado
Como se me perdesse diariamente
Minha casa é estranha
O quarto trocou com a sala
Que preferia o banheiro
E agora dá para o corredor
As ruas esqueço dos nomes
Até mesmo a que moro
Nem o bairro ou a cidade
Quem governa ou quem reside
As placas não fazem sentido
Indicam tudo no lado contrário
Dentro de mim também mexeu
O coração já dissolveu
Nas veias se perdeu
O cérebro ainda se sustenta
Como um tonto no ar
Mas ainda tem algo consciente
Minhas pernas permanecem
E até cumprem seu papel
Andando sem reclamações
Elas me levam até você
Esse é o meu dia quando vou te encontrar
Deixo tudo revirado
Pra você com um sorriso
Colocar as coisas em ordem
Tudo em seu devido lugar
No seu lugar...

domingo, 21 de outubro de 2007

Eu não existo sem você

Tá... tá... confesso, esse negócio de ficar postando poesia dos outros não é homenagem coisa nenhuma... Reconheço, é preguiça de digitar! Não vou mentir... Mas pelo menos essa daí é muito linda e tem tudo a ver... Enfim, é de Vinícius de Morais, foi uma das poucas que conhecia que não falava sobre as promiscuidades das noites cariocas. ^^
Eu não existo sem você
Eu sei e você sabe,
já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você

Vinícius de Moraes

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Dia em branco...

Não sei dos riscos do meu trajeto
Se é longo, se é curto
Se curvo ou reto

Não sei se dos carros eu desviei
Ao passar na rua
Quando atravessei

Não sei qual o gosto do meu almoço
Se doce ou salgado
Azedo ou insosso

Não sei se confundo as músicas com os ventos
Só ouço o sopro
Sem vozes e sem instrumentos

Não sei se desisto e esqueço quem sou
- “N vou dsculpe”
Como você me falou

Não sei se atendo ao meu orgulho
Se jogo tudo fora
E no pranto mergulho

Não sei se troquei a noite pelo dia
Só sei que meu consolo
É aqui na poesia

Não sei se você fez por querer
Mas doeu de repente
Nem queira saber

Não se você queria que soasse assim
Mas é como se descumprisse a promessa
E descontasse tudo em mim

Não sei se você só precisa de um tempo
Mas um instante sem ti
Já vira um tormento

Eu até hoje não sei lhe negar
Se é para o seu bem
Então tenha o tempo que precisar

Não sei se o teu coração esqueceu
Se foi, eu lhe lembro
O meu amor é pra sempre seu

Quebro a linha do poema
Que expressa minha tristeza
Pra dizer que eu te amo
E não quero que esqueça

Só que agora está doendo
Dá vontade de chorar
Preciso de um dia
Pra secar e aflorar

Florescer minha coragem
Enxugar a minha dor
Aí sim abrir a porta
Entregar-te o meu amor

É simples e complicado
Bem difícil de explicar
O dia que não sei nada
Que não seja te ajudar

Agora volto pra casa
Vou sarar minha ferida
Só não recuse minha mão
Que pra sempre está estendida

Amo você!

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Xis...

Eles riem sem parar
Falam todos ao mesmo tempo
Ninguém se escuta um só momento
Como se a vida não esperasse
Ou aqui estivessem só de passagem
A chance de atuar
Nenhum outro pode brilhar
Não mais que eles
Vitória, centro, brilho
Tudo de melhor no seu viver
Só isso que eles procuram
Oportunidades de se esconder
Por trás dos próprios rostos
Alguns lindos de morrer
Esses os mais perigosos
Suficientes para modificar o lugar
E dentro de faces maravilhosas
Ocultas em seres bem sucedidos
Sempre encontro algemadas
Verdades tão expressivas
Capazes de machucar
Desintegrar os lares perfeitos
Ou arrancar a paz
Daqueles sorrisos espessos
Que fingem não ter o sentimento matriz
Falo da tristeza
A primitiva fonte da vida
Para os que não a reconhecem
Pena
Se não admitirem a dor
Será que serão válidos os alívios?

domingo, 14 de outubro de 2007

Eu te amo...

Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Ah, se ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios ainda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir.

Chico Buarque de Hollanda/Tom Jobim

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Ao doce escatológico...

Memória daquele sujeito
Despretensioso de sorrisos
Saindo da Paraíba
Vencendo os hedonismos
À custa da sinceridade
De quem não temia a dor
Mesmo que em carne viva
Disfarces de um dissabor
Poeta do EU mais concreto
Que sofre por cada dia
E planta a floresta sombria
No quintal de seu coração
Tornando qualquer ambição
Num tronco seco e inválido
Nascido com um mandato
De cumprir com o viver
Morrendo diariamente
Sem medo do padecer
Só temia o outro
Geneticamente malditos
Determinadamente ingratos
Capazes de enganar almas
Com um afago que se faz tapa
Ou um beijo que se fez escarro
Saudades desse rapaz
Que nem de longe conheci
Mas me fez pensar na lógica da natureza
E que se há alegria
Por que não haver tristeza?
Somos tristes, mas tu não mais
Se hoje és Anjos, por nós olhais.

domingo, 7 de outubro de 2007

Sou...

Tá faltando luz, verdade e ser. Todo mundo hoje se prepara para quando crescer, viver de faláscias e nunca dar a cara pra bater. Ah! Só dessa vez, ninguém vai perceber! “Microenganações”. Alguns apelidam de “jeitinho brasileiro”, mas fala sério, isso não é exclusivo nosso.
Reflexos de uma sociedade adestrada aos moldes da incompetência humana do capitalismo, que tem como um de seus braços a burocracia. Tantos maus exemplos. E para um garoto pobre que chega em casa puto com a escola que só lhe impõe formulas, encontra seu pai batendo na mãe depois de ter sido explorado no trabalho de oito horas diárias com um salário mínimo que deve ser dividido com uns cinco filhos, liga a TV e encontra na cadeira de presidente do Senado um corrupto (Alguém duvida?)... Fica difícil explicar pra ele que roubar para comer é errado, não é?
Moral? Quem tem, pode jogar as pedras! Esse é o nosso mundo, corrupções diversificadas do micro ao macro: filas da padaria que são furadas até um presidente que invade países, mata seu povo e se apossa de suas riquezas naturais, sem arriscar um: Ok, thanks!
Ora! Se você ainda é honesto, não sinta vergonha, viu? Sei que todo mundo vai perguntar “por que ser assim?” ou te chamar de “bobo”, mas ainda vale a pena fugir às regras. E para os que querem mais e mais, espero que eles fique tão pobres, tão pobres que só tenham o dinheiro. Para os que querem ser mais e mais, que eles fiquem tão feios que só lhes restem a beleza. Para eles uma receita romana, Panis ET circensis.
Para nós todo o amor do mundo, e como diria Paulo Leminski: “Isso de ser exatamente o que somos, ainda vai nos levar além”. Ôxi, se vai!

10cartadas...

Eu bolei umas 10 mentiras
Pra alguém se perfazer
Isso na frente dos amigos
Dá status, tu vai ver!
1 - Eu adoro a MTV.
2 - Fomos feitos pra vencer.
3 - Novela? Não vou perder.
4 - Vou começar a emagrecer.
5 - Nunca baixei um CD.
6 - Todos lindos de morrer.
7 - Nunca é tarde pra aprender.
8 - Querer é poder.
9 - Amanhã paro de beber.
10 - Vou deixar de amar você.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

68.000


É meus amigos ontem foi de arrepiar do início ao fim, o Maracanã lotado em um coro só, o de levantar o time que venceu o São Paulo ontem por 1 X 0, time este que não perdia a 16 jogos, enfim foi uma data inesquecível.

O gol do meia Ibson foi muito importante para uma nova esperança que se abre no time de chegar até a zona de classificação para a Libertadores.

Enfim, foi muita festa e muita vibração. Para o maior público do campeonato brasileiro de 2007.

Lembrando que essa torcida merecia um time bem mais competitivo.

=/



Eu sempre te amarei

Onde estiver estarei

Oh, meu mengo


Tu és time de tradição

Raça, amor e paixão

Oh, meu mengo


p.s. Apesar de 68.000 pessoas, eu tenho que declarar que por causa desse jogo acabei chateando alguém muito especial... Ela é mais importante que a população da Chica, imagine vocês do que um estádio lotado... Desculpas sinceras...

domingo, 30 de setembro de 2007

Manutenção da dor...

Contemplar os fatos
Bons ou ruins, quem sabe
Condição de existência
Ou ao menos a dos poetas
É preciso manter a dor
Sem recolher os estilhaços do amor
Que se alojam no meu peito
A manutenção dos sonhos
Dos amores impossíveis
O alimento dos meus versos
Das minhas letras invisíveis
Poder de transformação
Tornar as pedras mais brutas
Em jóias raras e sensíveis
Basta escrever, amar e lapidar
Não sei se dá pra esperar
Até minha obra acabar
Aí mora a desilusão
Nenhuma esperou o amor ficar pronto
Então parte para novas vidas
Deixando-me só
Na sombra
Na solidão
Na sorte do poeta
Aquele que sorri para o escuro
Pois é lá que ele se perde
Perde-se para o mundo
Acha-se para si próprio
Este é o destino da poesia
Promover o dia ilustre
O encontro de quem perdeu-se
Dentro de outros olhos
De quem não tem mais sangue
Pois já se foi em outras veias
De quem não ouve mais o coração
Aquele que me roubaste
De quem sequer respira
Outro ar que não o seu
Esse sou eu
Sem sangue, sem coração, sem ar
Com a licença do sofrimento
Já que não vai me esperar
Vou aqui escrevendo
Usando do que ainda tenho
Dor, caneta, amor e papel.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Tempo...

Dinheiro não me serve
Tudo isto pra que?
Só queria um dom
Se pudesse escolher
O de mandar no tempo
Medido no meu prazer
Congelar os segundos
Sempre que com você
Ebulir as horas
No auge de minha saudade
Mas não posso fazê-lo
Tenho que me contentar
Já que não mando nos ponteiros
Pretendo me aliar
Tornando cada minuto
O primeiro e o último
Aquele que mais me fez feliz
Aí eu ficarei muito bem
E com o coração cheio de vida
Pra que na hora mais triste
No instante da despedida
Me sobre um tanque de esperança
De que no fim de mais uma semana
Vamos no ver novamente
Querendo ou não
O tempo até nos guia
Mas o controle independe dele
E quando passa, não volta
Que seja assim
Todo o tempo ao tempo
E pra nós, moça
Todo o tempo do mundo
Deste e dos outros
Algo perto da eternidade
Cruzando com o infinito
Um instante tão longe e bonito
Que só nós enxergamos
Mesmo quando dormimos
Duvida?
Fecha os olhos...
Esse é o nosso tempo

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Química...

Estou aqui
Todos podem me ver
Procure a alma
Você não vai achar
É só de corpo presente
O pensamento ausente
Levou-me pra passear
Esse é o fascínio da química
Carbono, cloro e levógenos
Assuntos alucinógenos
Daquele que não entendo
Nem me importo
Não quero
Nem posso
Pra quê?
Passar
Heuaheuaheuaheua
Obrigado, fica mais fácil
Tão simples de odiar
Como se pisassem no meu calo
Gera uma colisão molecular
Dando-me um mol de sumiço
E num choque de elétrons
Esqueço a função de nêutrons
E grito:
- Eu odeio química!
Acho que é de berço
Ódio desde o começo
Ou talvez "não rolou a química"
Por isso:
- Eu odeio química!

Relatos...

Poucas linhas...
Não
Papel demais
...
Dói?
Um pouco
Tudo vai passar
Menos nós
Não me canso
Muitos conflitos
O primeiro nos teus olhos
Foda!
Estréia
Sincero... demais
Ouvi... Falou... Ai!
E o adeus?
Sal no rosto
Muito, escorreu...
Tá passando, moça
Ligou
Nada!
Persuasão
Fatal
Nunca te recusei
Vou negar a minha alma?
Impossível
Alívio imediato
Tudo normal?
Não sei
Melhorou
Ficou a marca
Ficou pra depois
Domingo
Aula
!?
Estudar?
Hoje não
Respirar um pouco
Embora sinta sua falta
Até do teu ar
Tento respirar só
Rarefeito
Não faz efeito
Mas é só por uns dias
Dois ou três
Enquanto isso
Vou dormir
E sonhar
Unhum...
Você
A moça dos meus sonhos
Desculpada
Me desculpe também
E lembre-se
Palavra de escoteiro
É pra sempre
Talvez mais longe
Infinito...
Queria um presente
Cinco minutos com você
Deus foi gentil
Deu-me a vida toda
Não vou desperdiçar
Nós
Juntos
Ao menos aqui
Coração
É meu
Minha
Só!
Apenas!
Intocável
Insubstituível
Maior que uma vida
Que dirá um dia
Uma tarde dura
No meio de setembro
Ufa!
Contei e melhorou
A poesia cura
Até as dores no amor
Te amo muito...

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Velocidade...

Galhos secos pendurados
Aves e asas muito usadas
Passam carros embalados
Por um pé, velocidade

Os livros nem tão completos
Nem versos são mais corretos
As letras não mais se escrevem
Pela mão, velocidade

No trabalho são estranhos
Profissionais do ramo
Concorrentes sem tamanho
Fecham os olhos, velocidade

Por que se amar?
Por que se ver?
Ninguém vai me reconhecer
Sem coração, velocidade

A mim só resta escrever
Mesmo que ninguém queira ler
Este papel vai me aceitar
E com o punho, velocidade

Giram eles muito rápido
Sem nada no coração
E pela desaceleração
Repita: Não velocidade!


p.s. Por favor sem conclusões como: "Devagar e sempre!" ou "A pressa é inimiga da perfeição"... Mas deve-se pensar com um pouco mais de alma, situando-se na idéia de que ninguém mais é agente de sua vida, a não ser... Exato!
Se falo assim com tantos rodeios é pra te ver buscar o sentido daquilo que você ouviria displicentemente...
Se falo assim, é pra tentar melhorar...

It makes something for our lives!

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Rá-rá-rá-rá...

Conheça o poder do cor-
Tenho muito pra con-
Tá todo mundo fazen-
Dói só de olh-
A banda boa já diz is-
Só que ninguém se li-
Ganhei a chance de fa-
Lá dentro de suas al-
Mas será que ouvi-
Rápido demais pra assimi-
Lapidar algo de no-
Vou pedir pra se preve-
Ninguém quer edi-
Tá todo mundo querendo censu-
Rasgar a essência da críti-
Cadê sua defe-?
Saia dessa meu ir-
Mãos ao al-
Tô falando pra fugir dessa on-
Dá meia volta e corre de-
Eles que só querem guilhoti-
Ná cara de pau do po-
Vão de frente a guilhoti-
Na cara do cen-
Sou apenas o que escre-
Verdades que são minh-
As quais não precisa de reto-
Quem dirá censu-
Rá-rá-rá-rá...

p.s. Acabou... quem falou? Até quando? Até quan-? Até -? A-? -? -... -... -...

domingo, 16 de setembro de 2007

Insônia...

Não sei o quanto pesam meus olhos
Um pouco mais que as costas
E algo menos que meu peito
Aliado à dor nas fontes
Ao corpo que não cessa
Nem me deixa morrer
Por cinco minutos que fosse
Aliviaria minha angústia
Conviver com esse silêncio
Vez em quando o carro corta
Outrora o guarda apita
Mas para mim isso não basta
Soa como a marcha fúnebre
Um baile de tango argentino
Ou caio na ilusão
Eles também são sozinhos
Por hoje, ao menos
A diferença é básica
Enquanto eles se aventuram
Fujo ao recanto que me dói mais
Aquele que me mostra o sentido
Dizendo que não devo sair
Senão como vou voltar?
Comigo funciona assim
Em noites de insônia
Passo a questionar a mim
E o que sobra da solidão
Pois o dia vem aí
E tenho que me encontrar a tempo
Ah! Minha cabeça...
Ela geme o punho denso
Hora de apagar as luzes
Vou começar a tentar
Desejos de boa-noite
Complicado isso
Território incontrolável
Muitas vezes sem volta
O risco que se tem quando vive
Então vou lá
Me confortar com algo
Uma arma poderosa
Os sonhos que tenho
Que nunca me lembro nas manhãs
Mas aposto que foram com ela
Quem me bota para dormir
E mesmo sem estar aqui
Em noites de insônia
Agudo é meu pensar
Nela só pra variar
Na moça de minhas noites
Que um dia vai me matar
De tantas saudades

domingo, 9 de setembro de 2007

RE:

Amo por mim
Amo por ti
Amo por nós

Um amor imenso
Um amor bastante
Um amor fora dos moldes do espaço e do tempo

Eu posso saber
Que no fundo somos nós quem optamos
E não fujo do que escolhi
Que foi viver pra te amar
Transformando em real o que parece ilusão

E é isso que nos alimenta
Sentir o poder da rotação
Um dia, tão distantes
E em outro, tão pertos, quase um só

Mas tudo é um aprendizado
Para quando o sonho for realizado
Nós olharemos para os lados
E não vamos ver mais ninguém, que não um ao outro

Sinto que está próximo
E não vou me enganar
Não sou vidente
Mas, se vale deixar garantia
Fica mais essa poesia
Que tentou responder um pouco da sua


p.s. Sabe o depoimento? Pois é... eu não aceitei... mas também não apaguei... Ficará lá pendente até sei lá quando, mas enfim... Sempre quando eu abro, eu posso ler...
^^

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

7 de setembro...

Independência ou morte? Ora, se fosse assim, estaríamos mortos a pelo menos 500 anos. É preciso que se diga que desde que o Brasil foi invadido pelos portugueses, por volta do ano de 1500, a palavra “liberdade” foi excluída de nossas vidas.
Desde então nunca mais fomos independentes, e as primeiras sanguessugas foram os portugueses que além de causar o etnocídio indígena, também utilizou de práticas abusivas de exploração, levando todas as fontes de riqueza natural que puderam.
Em seguida, os ingleses utilizaram da abundância de minérios no Brasil, principalmente do nosso ouro, para financia sua revolução industrial. E nos tempos modernos, temos um leque maior de usurpadores, ora a União Européia, ora os países asiáticos e obviamente aqueles que sentem-se os donos do mundo, os Estados Unidos da América.
E as perspectivas de exploração ainda são maiores, pois há pouco recebemos a visita do presidente norte-americano George W. Bush, que deixou bem claro o seu interesse no Etanol brasileiro, e futuramente nos recursos hídricos de nosso país.
Nem preciso citar que não temos quase nenhuma empresa estatal, pois todas já foram doadas em forma de privatizações fraudulentas. E a Petrobrás, motivo de orgulho para muitos, não é uma empresa estatal, mas sim mista e com uma porcentagem muito grande de acionistas estrangeiros.
Nossa imprensa vive de fazer colagens da CNN, principalmente na tendência elitista. Enfim, exemplos não faltam para ilustrar a farsa que é o 7 de setembro.
Uma data inexpressiva, em um país de um povo muito sofrido e que em nenhum instante viu o sol da liberdade brilhar com seus raios fúlgidos.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Moça...

Ei moça
Quem é vivo...
Sempre mesmo
Mas é que a semana foi dura
Pensar em ti em três turnos
É pesado pra mim
Fazer o que?
"O dia insiste em nascer"
E em cada manhã eu ganho
Ganho um sol pra nós
Ganho uma nuvem
Tão alva e tão leve
Que de vento em vento
Forma uma nova figura
Figuras diferentes...
Horas você... Outras também
Sempre se modificando
E nossa vida é meio assim
Uma poesia branca
Uma nuvem branca
Que modifica-se com os sopros
Porém não são em branco
A cor só mostra o que somos
Sem máculas, sem raiva
Assim que deve ser
Você sabe que é difícil
Às vezes não abro as janelas
Mas é que o sol anda muito forte
E com ele nem filtro 70
Talvez uma dia eu pire
E vá pra rua assim mesmo
Ou espere o inverno
Ele traz nosso sereno
Só assim eu não me queimo
Enquanto não chega, vou olhando
Por entre minhas cortinas
Aguardando cair a noite
Pra te tocar, enfim
Tá perto, né moça?
Diz isso, simples assim
Fala num verso qualquer
Tudo o que eu quero ouvir
Embora para o Sol, mulher
Moça se fez para mim

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Chuva de verão...

Voltou a cair
Depois de tanto tempo
Fora da estação
Mas não veio pra semear
Não é chuva que molha
É a que lava
E numa enxurrada lavou
Arrastou o amor que tive
Sem dar tempo pra reagir
Tudo por que nunca fui
Aquilo que você precisava
Agora não há mais tempo
Nem pra reclamar
A chuva veio e levou
Toda a esperança que tinha
De que um dia você enxergasse
A única coisa que fiz
Por todos esses anos
Foi pensar em te amar
E fazer planos pra nós
O céu não quis
Você, até quis
Mas teu sol foi mais forte
Consumando o que vai ficar pra sempre
Dele, você nunca vai esquecer
Pois só começa-se uma vez
E ele teve a honra de brilhar primeiro
De cravar os raios na tua memória
Assim como da minha alma
Não vai sair a notícia
Que pra mim foi triste
De hoje em diante é outra história
Você e o seu sol
Eu e minha chuva fora de hora

31/07/07

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Devaneios pictóricos...

Sem caneta, sem pincel
Sem o sono, sem cansaço
Escrevo teu nome no céu
O rabisco de um abraço
Posso escolher as cores
E as misturo no escuro
Com meus dedos tiro a sombra
De meus olhos brota a luz
Clareando o teu sorriso
Frutos da minha aquarela
Meu telhado que o diga
Como sua figura é bela
Já passei todo o esboço
Sem retoques a fazer
Não há nada a melhorar
Se bem que nessa pintura
Ou em qualquer outra
Seja de Da Vinci, Rembrandt ou Almodovar
Como passar tua beleza pra qualquer outro lugar?
Missão em vão
Mas na minha imaginação
Tua pintura, terminei
E sempre que pra ela olhar
Lembrarei da alvorada
Que já tive com você
Vou lembrar como te amo
Que jamais vou te esquecer
E se não posso tê-la
Pelo menos tenho o retrato
Que fiz com tanto cuidado
Pra amenizar minha saudade
E é tudo o que tenho
Saudades tuas...
Saudades nossas...
Pena que essa pintura
Só se mostre enquanto durmo
Isso torna o meu dia sem graça e sem rumo
Se dependesse de mim
Dormiria eternamente
Aí jamais perderia os teus olhos
Aqueles que desenhei pra mim...

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Convite...

A resposta é sim!
Pode se acostumar
Os tropeços fazem parte
Da minha vida
E de quem se atreve a andar
Mas não tenha medo
Se quiser cair
Pode me puxar
Eu vou junto, prometo
Amarre uma corda em nós
Ancore aqui mesmo
É raso pra gente
Embora fundo para os outros
O que não nos foi adverso?
Se até nossas palavras são
Uma hora “eu te quero”
Mais tarde “já deu”
E a mão afagando
Pra depois me bater
Eu já sei que é assim
Você perguntou
Taí a resposta:
É bom se acostumar
Por mais que queiramos
Fingir, reclamar, até evaporar
Nosso amor é bem maior
Que eu ou você
Por que ele é nós
E já mostrou-se imbatível
Então, se acostuma logo
Vem viver comigo
E aproveitar essa chance
Que temos de estar aqui
Ainda é cedo? Sim
Mas, pra que demorar
Se é melhor durar
Então desculpa essa falha
Que te convido pra errar comigo
Fazendo poesias de esquina...

sábado, 11 de agosto de 2007

Vingo...

Não vou guardar rancor
Nem conservar a mágoa
Mas vou tirar o amor
E transformar o sonho em água
Água que ninguém bebe
E se tomar, engasga
Quente e fria ao mesmo tempo
Salubre, suja e ácida
Tudo se transforma
Princípio da Biologia
Sorriso em dor
Amor em ódio
Não dá pra fazer nada
Ainda sinto as chagas
Feridas ao exposto
Amostra livre e grátis
Alguém quer rir de onde dói?
Conheço alguém que quer
Aquela que me furou
Desabotoando a rosa do amor
Selecionando os espinhos
Pra depois, em mim, cravar
Tá dentro, sinto e choro
Lágrimas... Dentes e unhas cravados
Será que ela se arrependeu?
De repente de mim lembrou
Ou veio buscar os espinhos
Ou então buscar meu sentimento
Agora não vou advinhar
Nem perguntar
Deixa tocar...
Deixa chamar...
Enquanto não cicatriza
Fico só na leitura
E deixo tocar...
deixo chamar...
Mesmo que eu ainda assuma
Que só o que sei é te amar
Vou deixar tocar...
Deixar chamar...
Se vai vingar
Ou se vai vingança
Deixa tocar...
Deixa chamar...
Esse amor é tão velho
Já esperou tanto tempo
Que pode deixar tocar...
Deixar chamar...
Até por que nesse momento
Não sei o que te falar
Então eu deixo tocar...
Deixo chamar...
Você mesmo falou
Sou eu quem decido
Pois deixe tocar...
Deixe chamar...
Se ainda vai me ligar
Espere um pouco mais
Porém nunca vou desligar
Meu coração do seu
E até lá...
Vou deixando tocar...
Deixando chamar...
Ouvindo a chamada
E querendo chorar

Foto...


Márcio: - Rodrigo! Ei cara, você pode tirar uma foto com a gente?
Barba: - Claro! Só que não pode demorar muito porque eu tenho que subir pra passar o som.
Márcio: - Mas, tá tudo bem né?
Barba: - Sim, sim, tudo bem...
...
Márcio: - Pô muito obrigado!
Barba: - Valeu! Bom show pra vocês!
Márcio: - Pra você também.
Rafaela: - =O (Ela não falou absolutamente nada!)
heauheuaheuaheuahuehauehauheauhea

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Destino doloso...

Desafogue seus desaforos
Despeje-os na lata do lixo
Ou em mim, como preferes
Sempre foi assim
Não tenho como te mudar
Você é isso e acabou
Ficar lutando em vão
Cansa a alma
E amarra as mágoas no coração
Já deu tempo
Tempo pro tempo correr
Passou
Passageiro que sou
E como nunca fui omisso
Como um covarde fujão
Mas, afundo junto com a nau
Independente da turbulência
Agora é minha hora
Caminhar com minhas pernas
Ouvir com meu interesse
Falar com minhas idéias
Respirar um ar que não o seu
Perguntando as questões
Que você nunca respondeu
Ou quando se aventurava
Respondia com um sorriso
Como a face do traidor
Você me dizia assim:
- O destino que quis...
se vira meu amor.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Derrotas...

Todo mundo me disse
Minha mãe repetiu
Os esportes ensinam
Lições padrões de viver
- É preciso saber perder!
Taí o aprendizado
Nisso eu sou profissional
Ultimamente, sou íntimo do revés
Então, não posso reclamar
Eu sei ser um perdedor
Tudo que tive zelo se foi
Das minhas mãos esvaiu-se
Tudo que amei se foi
Do meu coração fugiu
Dando um adeus
Como se me avisasse
Que não sou capaz de amar
Ou nunca manteria um só
Sempre fui do mundo
Apanhando e levantando, logo em seguida
Nunca perdi algo por falta de tentativa
Porém tudo tem o seu ápice
E o meu é respeitar os limites
O do amor acabou
Respeito...
- Está livre...
E eu no meu rumo, vou
Como um bom hermano que sou
Que não vai trocar a glória de chorar
Por uma mera vitória