quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Ao doce escatológico...

Memória daquele sujeito
Despretensioso de sorrisos
Saindo da Paraíba
Vencendo os hedonismos
À custa da sinceridade
De quem não temia a dor
Mesmo que em carne viva
Disfarces de um dissabor
Poeta do EU mais concreto
Que sofre por cada dia
E planta a floresta sombria
No quintal de seu coração
Tornando qualquer ambição
Num tronco seco e inválido
Nascido com um mandato
De cumprir com o viver
Morrendo diariamente
Sem medo do padecer
Só temia o outro
Geneticamente malditos
Determinadamente ingratos
Capazes de enganar almas
Com um afago que se faz tapa
Ou um beijo que se fez escarro
Saudades desse rapaz
Que nem de longe conheci
Mas me fez pensar na lógica da natureza
E que se há alegria
Por que não haver tristeza?
Somos tristes, mas tu não mais
Se hoje és Anjos, por nós olhais.