domingo, 16 de setembro de 2007

Insônia...

Não sei o quanto pesam meus olhos
Um pouco mais que as costas
E algo menos que meu peito
Aliado à dor nas fontes
Ao corpo que não cessa
Nem me deixa morrer
Por cinco minutos que fosse
Aliviaria minha angústia
Conviver com esse silêncio
Vez em quando o carro corta
Outrora o guarda apita
Mas para mim isso não basta
Soa como a marcha fúnebre
Um baile de tango argentino
Ou caio na ilusão
Eles também são sozinhos
Por hoje, ao menos
A diferença é básica
Enquanto eles se aventuram
Fujo ao recanto que me dói mais
Aquele que me mostra o sentido
Dizendo que não devo sair
Senão como vou voltar?
Comigo funciona assim
Em noites de insônia
Passo a questionar a mim
E o que sobra da solidão
Pois o dia vem aí
E tenho que me encontrar a tempo
Ah! Minha cabeça...
Ela geme o punho denso
Hora de apagar as luzes
Vou começar a tentar
Desejos de boa-noite
Complicado isso
Território incontrolável
Muitas vezes sem volta
O risco que se tem quando vive
Então vou lá
Me confortar com algo
Uma arma poderosa
Os sonhos que tenho
Que nunca me lembro nas manhãs
Mas aposto que foram com ela
Quem me bota para dormir
E mesmo sem estar aqui
Em noites de insônia
Agudo é meu pensar
Nela só pra variar
Na moça de minhas noites
Que um dia vai me matar
De tantas saudades