quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Isso...

Não tem nome à essa altura
Quem dá a nomenclatura?
Ou será que não se nomeia
Prefiro chamar por Isso
Isso tudo desconhecido
Que me usurpa e não por Isso
Fez-se dono do meu sono
Afugenta meu coração
Como se meu sangue
Fosso denso demais
Isso pode ser psicológico
Onde o irreal é ilógico
E me enquadra num zoológico
Parece até cômico
A redução de um intelecto construído
Ao puro instinto involuntário
Acho que Isso roubou minha razão
E por pouco não levou meu espírito
Este sedento de teu suor
Do fulgor do teu sorriso
Isso talvez seja um deus
Meu Senhor da libido
Decreta que arranque suas vestes
Fragmentando seu corpo pequeno
No fogo de peça por peça
O poder do naturalismo
Que em meu amor somou desejo
Selvagem por si só
Agora sou lutador
Na ânsia de ser o melhor
Dar golpes de ósculo
Por todas as partes
Ser nocaute no auge
Isso era para ter nome
Mas não pode se prender
Pois sobe e desce por todos os andares
Sem medo de nenhum degrau
É mais que amor, eu sei
Às vezes é dor, talvez
A paixão não ia tão longe
Sei que é Isso
O nosso único e perfeito segredo
Que somos no escuro
Isso
A luz que brilha no breu
E apaga no claro do dia
Nós somos Isso mesmo
No triste, no estável e na alegria
É Isso mesmo.