sexta-feira, 22 de maio de 2009

Lição...

A poesia não tem cor, não tem forma, não tem gênero e não tem mentira. Ela é minha. Ela fui eu e, se preciso, por muito será. Ninguém pode desclassificar uma e dizer o quanto ela vale. Só alguém que pagaria por amor poderia pagar por uma poesia. Só alguém que não comeria por desgosto não comeria poesia. Só alguém que pragueja contra a pessoa amada não faria da poesia algo bento.
Entristeço-me por saber que o pouco do muito que fiz, valeu para ser o tudo que julgam agora. Poderia ser pior. Poderia usar o corpo como instrumento em benefício do meu prazer. Poderia usar um coração como instrumento de meu aquecimento. Poderia usar uma boca em prol da minha sede. Poderia usar uma forma para formar a minha que desfez-se. Mas não. Eu escrevo. Eu escrevo. Eu escrevo. Eu escrevo...
Se julgas o amor distante, aqui é POESIA. Então sinta que assim será, tendo em vista não machucar ninguém e nem arrepender-me da tinta desperdiçada.
O amor não se esvai, se escreve, se inscreve e se descreve: em forma de versos, sabemos.
Nunca julgue a dor de um poeta, pois ela só dói de letra-em-letra e nunca mais parodie os versos que não teve capacidade de sentir como fora escrito.
Viva a liberdade que tenho de escrever e de enredar os meus sentimentos, que (não) são confusos em mim. Se o coração grita de um lado, a convivência e o corpo berram de outro. E no conflito quase que Freudiano, controlando as pulsões que deveriam ser só sentimentos, encerro aqui dizendo: Os amores não passam, não acabam, não se escondem e não morrem. No máximo, se guardam ou fingem ser sobrepostos pelo tempo e pela distância.