quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Vasos vagos...

Vento gélido em minhas costas
Arrepiam minhas espinhas
Balançam as roupas no varal
Tremulam as plantas das casas
Não sinto sabor quando inspiro
É a impureza das castanhas
Quem sabe um dia cesse
Ou plantem algo pra sugar
Mas os carros seguem insistindo
Como se o vento não existisse
Fosse impotente a seus vidros
E as roupas que vestem
Rasgassem-se em últimas
Tapando o nariz com as mangas
Gritando estridentemente
Que a fibra é de carbono
E as travas são elétricas
As baleias não subiriam até seus jardins
Brincarão então de homens bons
Plantarão flores de plástico
Terão mulheres de barro
Farão filhos de aço
Amores sintéticos
Só a inveja será orgânica