Furtiva como a própria noite
Chegou sem rodeios
Não disse o motivo
Nem ouviu meus apelos
Foi no grito da calada
Em reação desanimada
Que os juízes desocupados
Roubaram os meus olhos
E agora sem eles?
Já que são os únicos
Que vêem a mim mesmo
Lançam luz por todo o corpo
Um olhar fechado e afagante
Ora intrépido e tremulante
Até sorri em olhos brilhantes
Manda nos meus
Como se recrutasse para o mesmo foco
Tomara que voltes amanhã
Pois uma noite a mais assim
Seria a cegueira da minha vida
Ou talvez pior
A primeira vista da minha morte
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
domingo, 27 de janeiro de 2008
Certeza...
Onde eu guardo tanto
No coração?
Não caberia
Em meu cérebro?
Bem maior
Pelas veias e artérias?
São poucos vasos
Seriam incapazes de circular
Talvez nos pulmões?
Ora, jamais expiraria isso
O meio não seria receptor
Onde então?
Para onde mandei essa certeza?
Qual o endereço?
O que me faz tão seguro?
Claro!
Não está comigo
Ela vive no peito de outra
A Moça levou consigo
E cada vez que a vejo
Enxergo maior ainda
Como mágica
A magia mais linda e real do mundo
Agora, chamo por certeza
Mas também chama-se por amor
Por filhos, por sorrisos, por noites...
Chama-se por nós... Os certos um para o outro.
No coração?
Não caberia
Em meu cérebro?
Bem maior
Pelas veias e artérias?
São poucos vasos
Seriam incapazes de circular
Talvez nos pulmões?
Ora, jamais expiraria isso
O meio não seria receptor
Onde então?
Para onde mandei essa certeza?
Qual o endereço?
O que me faz tão seguro?
Claro!
Não está comigo
Ela vive no peito de outra
A Moça levou consigo
E cada vez que a vejo
Enxergo maior ainda
Como mágica
A magia mais linda e real do mundo
Agora, chamo por certeza
Mas também chama-se por amor
Por filhos, por sorrisos, por noites...
Chama-se por nós... Os certos um para o outro.
sábado, 19 de janeiro de 2008
Chove comigo...
Que falta você me faz
Em uma manhã como essa
Onde o sol não deu às caras
E as nuvens se desfazem
Num choro gélido
Me corpo é frio
Treme por baixo dos lençóis
Com saudades do seu
Sua boca aquece
Teu sopro quente
Fuzilando minhas costas
Até o afago
Faria-me sentir melhor
Quem sabe um dia
Talvez próximo, meu amor
Não é vontade de expulsar a chuva
Ao contrário
Desejo que ela caia diariamente
Só que com você ao meu lado
Sentindo os pingos
Nesses corpos secos
Eufemizando a frieza
Em nossos corações ferventes
Em uma manhã como essa
Onde o sol não deu às caras
E as nuvens se desfazem
Num choro gélido
Me corpo é frio
Treme por baixo dos lençóis
Com saudades do seu
Sua boca aquece
Teu sopro quente
Fuzilando minhas costas
Até o afago
Faria-me sentir melhor
Quem sabe um dia
Talvez próximo, meu amor
Não é vontade de expulsar a chuva
Ao contrário
Desejo que ela caia diariamente
Só que com você ao meu lado
Sentindo os pingos
Nesses corpos secos
Eufemizando a frieza
Em nossos corações ferventes
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
Escada...
Por lá eu posso te seguir
Subindo ou descendo
Perto te acho
Quase juntos
Sem diferir o eu de você
Um passo para baixo
Meu peito se rasga
Se vamos para cima
Um corte na alma
São feridas de tanto prazer
Que me deixam em coma
Confundindo a própria morte
Com o máximo de viver
É saboroso o corpo
Quando pára na escada
Lambo, cheiro e mordo
Como se fosse o último minuto
A última chance
Derradeiros degraus
Que não saem da minha mente
Marcando minhas lembranças
Vivas no escuro
Decorando todos os corredores
De corrimãos antropomorfizados
Eles pulsavam, eu sei
Dilatando os vasos
Expandindo teu corpo quente
Quem dera ser meu
Ao menos entre os primeiros andares
Subindo ou descendo
Perto te acho
Quase juntos
Sem diferir o eu de você
Um passo para baixo
Meu peito se rasga
Se vamos para cima
Um corte na alma
São feridas de tanto prazer
Que me deixam em coma
Confundindo a própria morte
Com o máximo de viver
É saboroso o corpo
Quando pára na escada
Lambo, cheiro e mordo
Como se fosse o último minuto
A última chance
Derradeiros degraus
Que não saem da minha mente
Marcando minhas lembranças
Vivas no escuro
Decorando todos os corredores
De corrimãos antropomorfizados
Eles pulsavam, eu sei
Dilatando os vasos
Expandindo teu corpo quente
Quem dera ser meu
Ao menos entre os primeiros andares
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
Aos anjos verdes...
Teus demônios se soltaram
Romperam as amarras com os dentes
Chuparam os grilhões por fome
Sedentos, agora me querem
Eles buscam endereço
Queriam saber onde moro?
Procurem na lista telefônica
Não me acharão
Meu nome não está em nada
Nunca fora gravado
Pois ninguém sabe escrevê-lo
Alfabetos perdidos nas fronteiras
Entre o inferno e as comunas
Têm medo, não é?
Pavor pela igualdade
E nem tente me interromper
Senão decepo tuas asas
Com essas mão calejadas
Que rasgaram teu capital
Como uma ação normal
Tenho desejos arrancando seus chifres
Jogando na sua cara
A culpa por todo o caos
Os milhões que morreram por teus milhões
O sangue é vermelho, lembra?
Verde é apenas a cor da tua alma hepática
Pena de você e dos seus
Em que no peito pulsa uma lama hostil
Tão macabra, que nunca mais voarás
Romperam as amarras com os dentes
Chuparam os grilhões por fome
Sedentos, agora me querem
Eles buscam endereço
Queriam saber onde moro?
Procurem na lista telefônica
Não me acharão
Meu nome não está em nada
Nunca fora gravado
Pois ninguém sabe escrevê-lo
Alfabetos perdidos nas fronteiras
Entre o inferno e as comunas
Têm medo, não é?
Pavor pela igualdade
E nem tente me interromper
Senão decepo tuas asas
Com essas mão calejadas
Que rasgaram teu capital
Como uma ação normal
Tenho desejos arrancando seus chifres
Jogando na sua cara
A culpa por todo o caos
Os milhões que morreram por teus milhões
O sangue é vermelho, lembra?
Verde é apenas a cor da tua alma hepática
Pena de você e dos seus
Em que no peito pulsa uma lama hostil
Tão macabra, que nunca mais voarás
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
Vasos vagos...
Vento gélido em minhas costas
Arrepiam minhas espinhas
Balançam as roupas no varal
Tremulam as plantas das casas
Não sinto sabor quando inspiro
É a impureza das castanhas
Quem sabe um dia cesse
Ou plantem algo pra sugar
Mas os carros seguem insistindo
Como se o vento não existisse
Fosse impotente a seus vidros
E as roupas que vestem
Rasgassem-se em últimas
Tapando o nariz com as mangas
Gritando estridentemente
Que a fibra é de carbono
E as travas são elétricas
As baleias não subiriam até seus jardins
Brincarão então de homens bons
Plantarão flores de plástico
Terão mulheres de barro
Farão filhos de aço
Amores sintéticos
Só a inveja será orgânica
Arrepiam minhas espinhas
Balançam as roupas no varal
Tremulam as plantas das casas
Não sinto sabor quando inspiro
É a impureza das castanhas
Quem sabe um dia cesse
Ou plantem algo pra sugar
Mas os carros seguem insistindo
Como se o vento não existisse
Fosse impotente a seus vidros
E as roupas que vestem
Rasgassem-se em últimas
Tapando o nariz com as mangas
Gritando estridentemente
Que a fibra é de carbono
E as travas são elétricas
As baleias não subiriam até seus jardins
Brincarão então de homens bons
Plantarão flores de plástico
Terão mulheres de barro
Farão filhos de aço
Amores sintéticos
Só a inveja será orgânica
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
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