domingo, 28 de outubro de 2007

A canção do nasciturno...

As madrugadas não são as mesmas
Perderam a obscuridade
Por conta da sua pele alva
A insônia já não é a mesma
E dorme pelos cantos
Nem resiste ao seu afago
O pranto já não é o mesmo
Se ainda insiste em molhar
Logo evapora no seu respirar
A dor já não é a mesma
As feridas se fecharam
Com sua mão fez cicatriz
O cansaço já não é o mesmo
Agora só descansa
Perto do seu corpo em abraço
A boca já não é tão seca
Umedece os lábios
Nos seus beijos caudalosos
O espírito já não é o mesmo
Desistiu de vagar sem rumo
Encontrando você por vigiar
Nem o destino é mais o mesmo
Jogou a toalha de vez
Não quer mais lhe afastar
Nada é como antes
Exceto um detalhe
Que por pouco se perdeu
Mas resolvou achar-se
Na chance que a vida deu
De corrigir os erros
Que ninguém cometeu
E de renascer o amor
Que nunca sequer morreu

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Bagunça...

Está tudo bagunçado
Como se me perdesse diariamente
Minha casa é estranha
O quarto trocou com a sala
Que preferia o banheiro
E agora dá para o corredor
As ruas esqueço dos nomes
Até mesmo a que moro
Nem o bairro ou a cidade
Quem governa ou quem reside
As placas não fazem sentido
Indicam tudo no lado contrário
Dentro de mim também mexeu
O coração já dissolveu
Nas veias se perdeu
O cérebro ainda se sustenta
Como um tonto no ar
Mas ainda tem algo consciente
Minhas pernas permanecem
E até cumprem seu papel
Andando sem reclamações
Elas me levam até você
Esse é o meu dia quando vou te encontrar
Deixo tudo revirado
Pra você com um sorriso
Colocar as coisas em ordem
Tudo em seu devido lugar
No seu lugar...

domingo, 21 de outubro de 2007

Eu não existo sem você

Tá... tá... confesso, esse negócio de ficar postando poesia dos outros não é homenagem coisa nenhuma... Reconheço, é preguiça de digitar! Não vou mentir... Mas pelo menos essa daí é muito linda e tem tudo a ver... Enfim, é de Vinícius de Morais, foi uma das poucas que conhecia que não falava sobre as promiscuidades das noites cariocas. ^^
Eu não existo sem você
Eu sei e você sabe,
já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você

Vinícius de Moraes

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Dia em branco...

Não sei dos riscos do meu trajeto
Se é longo, se é curto
Se curvo ou reto

Não sei se dos carros eu desviei
Ao passar na rua
Quando atravessei

Não sei qual o gosto do meu almoço
Se doce ou salgado
Azedo ou insosso

Não sei se confundo as músicas com os ventos
Só ouço o sopro
Sem vozes e sem instrumentos

Não sei se desisto e esqueço quem sou
- “N vou dsculpe”
Como você me falou

Não sei se atendo ao meu orgulho
Se jogo tudo fora
E no pranto mergulho

Não sei se troquei a noite pelo dia
Só sei que meu consolo
É aqui na poesia

Não sei se você fez por querer
Mas doeu de repente
Nem queira saber

Não se você queria que soasse assim
Mas é como se descumprisse a promessa
E descontasse tudo em mim

Não sei se você só precisa de um tempo
Mas um instante sem ti
Já vira um tormento

Eu até hoje não sei lhe negar
Se é para o seu bem
Então tenha o tempo que precisar

Não sei se o teu coração esqueceu
Se foi, eu lhe lembro
O meu amor é pra sempre seu

Quebro a linha do poema
Que expressa minha tristeza
Pra dizer que eu te amo
E não quero que esqueça

Só que agora está doendo
Dá vontade de chorar
Preciso de um dia
Pra secar e aflorar

Florescer minha coragem
Enxugar a minha dor
Aí sim abrir a porta
Entregar-te o meu amor

É simples e complicado
Bem difícil de explicar
O dia que não sei nada
Que não seja te ajudar

Agora volto pra casa
Vou sarar minha ferida
Só não recuse minha mão
Que pra sempre está estendida

Amo você!

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Xis...

Eles riem sem parar
Falam todos ao mesmo tempo
Ninguém se escuta um só momento
Como se a vida não esperasse
Ou aqui estivessem só de passagem
A chance de atuar
Nenhum outro pode brilhar
Não mais que eles
Vitória, centro, brilho
Tudo de melhor no seu viver
Só isso que eles procuram
Oportunidades de se esconder
Por trás dos próprios rostos
Alguns lindos de morrer
Esses os mais perigosos
Suficientes para modificar o lugar
E dentro de faces maravilhosas
Ocultas em seres bem sucedidos
Sempre encontro algemadas
Verdades tão expressivas
Capazes de machucar
Desintegrar os lares perfeitos
Ou arrancar a paz
Daqueles sorrisos espessos
Que fingem não ter o sentimento matriz
Falo da tristeza
A primitiva fonte da vida
Para os que não a reconhecem
Pena
Se não admitirem a dor
Será que serão válidos os alívios?

domingo, 14 de outubro de 2007

Eu te amo...

Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Ah, se ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios ainda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir.

Chico Buarque de Hollanda/Tom Jobim

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Ao doce escatológico...

Memória daquele sujeito
Despretensioso de sorrisos
Saindo da Paraíba
Vencendo os hedonismos
À custa da sinceridade
De quem não temia a dor
Mesmo que em carne viva
Disfarces de um dissabor
Poeta do EU mais concreto
Que sofre por cada dia
E planta a floresta sombria
No quintal de seu coração
Tornando qualquer ambição
Num tronco seco e inválido
Nascido com um mandato
De cumprir com o viver
Morrendo diariamente
Sem medo do padecer
Só temia o outro
Geneticamente malditos
Determinadamente ingratos
Capazes de enganar almas
Com um afago que se faz tapa
Ou um beijo que se fez escarro
Saudades desse rapaz
Que nem de longe conheci
Mas me fez pensar na lógica da natureza
E que se há alegria
Por que não haver tristeza?
Somos tristes, mas tu não mais
Se hoje és Anjos, por nós olhais.

domingo, 7 de outubro de 2007

Sou...

Tá faltando luz, verdade e ser. Todo mundo hoje se prepara para quando crescer, viver de faláscias e nunca dar a cara pra bater. Ah! Só dessa vez, ninguém vai perceber! “Microenganações”. Alguns apelidam de “jeitinho brasileiro”, mas fala sério, isso não é exclusivo nosso.
Reflexos de uma sociedade adestrada aos moldes da incompetência humana do capitalismo, que tem como um de seus braços a burocracia. Tantos maus exemplos. E para um garoto pobre que chega em casa puto com a escola que só lhe impõe formulas, encontra seu pai batendo na mãe depois de ter sido explorado no trabalho de oito horas diárias com um salário mínimo que deve ser dividido com uns cinco filhos, liga a TV e encontra na cadeira de presidente do Senado um corrupto (Alguém duvida?)... Fica difícil explicar pra ele que roubar para comer é errado, não é?
Moral? Quem tem, pode jogar as pedras! Esse é o nosso mundo, corrupções diversificadas do micro ao macro: filas da padaria que são furadas até um presidente que invade países, mata seu povo e se apossa de suas riquezas naturais, sem arriscar um: Ok, thanks!
Ora! Se você ainda é honesto, não sinta vergonha, viu? Sei que todo mundo vai perguntar “por que ser assim?” ou te chamar de “bobo”, mas ainda vale a pena fugir às regras. E para os que querem mais e mais, espero que eles fique tão pobres, tão pobres que só tenham o dinheiro. Para os que querem ser mais e mais, que eles fiquem tão feios que só lhes restem a beleza. Para eles uma receita romana, Panis ET circensis.
Para nós todo o amor do mundo, e como diria Paulo Leminski: “Isso de ser exatamente o que somos, ainda vai nos levar além”. Ôxi, se vai!

10cartadas...

Eu bolei umas 10 mentiras
Pra alguém se perfazer
Isso na frente dos amigos
Dá status, tu vai ver!
1 - Eu adoro a MTV.
2 - Fomos feitos pra vencer.
3 - Novela? Não vou perder.
4 - Vou começar a emagrecer.
5 - Nunca baixei um CD.
6 - Todos lindos de morrer.
7 - Nunca é tarde pra aprender.
8 - Querer é poder.
9 - Amanhã paro de beber.
10 - Vou deixar de amar você.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

68.000


É meus amigos ontem foi de arrepiar do início ao fim, o Maracanã lotado em um coro só, o de levantar o time que venceu o São Paulo ontem por 1 X 0, time este que não perdia a 16 jogos, enfim foi uma data inesquecível.

O gol do meia Ibson foi muito importante para uma nova esperança que se abre no time de chegar até a zona de classificação para a Libertadores.

Enfim, foi muita festa e muita vibração. Para o maior público do campeonato brasileiro de 2007.

Lembrando que essa torcida merecia um time bem mais competitivo.

=/



Eu sempre te amarei

Onde estiver estarei

Oh, meu mengo


Tu és time de tradição

Raça, amor e paixão

Oh, meu mengo


p.s. Apesar de 68.000 pessoas, eu tenho que declarar que por causa desse jogo acabei chateando alguém muito especial... Ela é mais importante que a população da Chica, imagine vocês do que um estádio lotado... Desculpas sinceras...