quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Chuva de verão...

Voltou a cair
Depois de tanto tempo
Fora da estação
Mas não veio pra semear
Não é chuva que molha
É a que lava
E numa enxurrada lavou
Arrastou o amor que tive
Sem dar tempo pra reagir
Tudo por que nunca fui
Aquilo que você precisava
Agora não há mais tempo
Nem pra reclamar
A chuva veio e levou
Toda a esperança que tinha
De que um dia você enxergasse
A única coisa que fiz
Por todos esses anos
Foi pensar em te amar
E fazer planos pra nós
O céu não quis
Você, até quis
Mas teu sol foi mais forte
Consumando o que vai ficar pra sempre
Dele, você nunca vai esquecer
Pois só começa-se uma vez
E ele teve a honra de brilhar primeiro
De cravar os raios na tua memória
Assim como da minha alma
Não vai sair a notícia
Que pra mim foi triste
De hoje em diante é outra história
Você e o seu sol
Eu e minha chuva fora de hora

31/07/07

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Devaneios pictóricos...

Sem caneta, sem pincel
Sem o sono, sem cansaço
Escrevo teu nome no céu
O rabisco de um abraço
Posso escolher as cores
E as misturo no escuro
Com meus dedos tiro a sombra
De meus olhos brota a luz
Clareando o teu sorriso
Frutos da minha aquarela
Meu telhado que o diga
Como sua figura é bela
Já passei todo o esboço
Sem retoques a fazer
Não há nada a melhorar
Se bem que nessa pintura
Ou em qualquer outra
Seja de Da Vinci, Rembrandt ou Almodovar
Como passar tua beleza pra qualquer outro lugar?
Missão em vão
Mas na minha imaginação
Tua pintura, terminei
E sempre que pra ela olhar
Lembrarei da alvorada
Que já tive com você
Vou lembrar como te amo
Que jamais vou te esquecer
E se não posso tê-la
Pelo menos tenho o retrato
Que fiz com tanto cuidado
Pra amenizar minha saudade
E é tudo o que tenho
Saudades tuas...
Saudades nossas...
Pena que essa pintura
Só se mostre enquanto durmo
Isso torna o meu dia sem graça e sem rumo
Se dependesse de mim
Dormiria eternamente
Aí jamais perderia os teus olhos
Aqueles que desenhei pra mim...

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Convite...

A resposta é sim!
Pode se acostumar
Os tropeços fazem parte
Da minha vida
E de quem se atreve a andar
Mas não tenha medo
Se quiser cair
Pode me puxar
Eu vou junto, prometo
Amarre uma corda em nós
Ancore aqui mesmo
É raso pra gente
Embora fundo para os outros
O que não nos foi adverso?
Se até nossas palavras são
Uma hora “eu te quero”
Mais tarde “já deu”
E a mão afagando
Pra depois me bater
Eu já sei que é assim
Você perguntou
Taí a resposta:
É bom se acostumar
Por mais que queiramos
Fingir, reclamar, até evaporar
Nosso amor é bem maior
Que eu ou você
Por que ele é nós
E já mostrou-se imbatível
Então, se acostuma logo
Vem viver comigo
E aproveitar essa chance
Que temos de estar aqui
Ainda é cedo? Sim
Mas, pra que demorar
Se é melhor durar
Então desculpa essa falha
Que te convido pra errar comigo
Fazendo poesias de esquina...

sábado, 11 de agosto de 2007

Vingo...

Não vou guardar rancor
Nem conservar a mágoa
Mas vou tirar o amor
E transformar o sonho em água
Água que ninguém bebe
E se tomar, engasga
Quente e fria ao mesmo tempo
Salubre, suja e ácida
Tudo se transforma
Princípio da Biologia
Sorriso em dor
Amor em ódio
Não dá pra fazer nada
Ainda sinto as chagas
Feridas ao exposto
Amostra livre e grátis
Alguém quer rir de onde dói?
Conheço alguém que quer
Aquela que me furou
Desabotoando a rosa do amor
Selecionando os espinhos
Pra depois, em mim, cravar
Tá dentro, sinto e choro
Lágrimas... Dentes e unhas cravados
Será que ela se arrependeu?
De repente de mim lembrou
Ou veio buscar os espinhos
Ou então buscar meu sentimento
Agora não vou advinhar
Nem perguntar
Deixa tocar...
Deixa chamar...
Enquanto não cicatriza
Fico só na leitura
E deixo tocar...
deixo chamar...
Mesmo que eu ainda assuma
Que só o que sei é te amar
Vou deixar tocar...
Deixar chamar...
Se vai vingar
Ou se vai vingança
Deixa tocar...
Deixa chamar...
Esse amor é tão velho
Já esperou tanto tempo
Que pode deixar tocar...
Deixar chamar...
Até por que nesse momento
Não sei o que te falar
Então eu deixo tocar...
Deixo chamar...
Você mesmo falou
Sou eu quem decido
Pois deixe tocar...
Deixe chamar...
Se ainda vai me ligar
Espere um pouco mais
Porém nunca vou desligar
Meu coração do seu
E até lá...
Vou deixando tocar...
Deixando chamar...
Ouvindo a chamada
E querendo chorar

Foto...


Márcio: - Rodrigo! Ei cara, você pode tirar uma foto com a gente?
Barba: - Claro! Só que não pode demorar muito porque eu tenho que subir pra passar o som.
Márcio: - Mas, tá tudo bem né?
Barba: - Sim, sim, tudo bem...
...
Márcio: - Pô muito obrigado!
Barba: - Valeu! Bom show pra vocês!
Márcio: - Pra você também.
Rafaela: - =O (Ela não falou absolutamente nada!)
heauheuaheuaheuahuehauehauheauhea

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Destino doloso...

Desafogue seus desaforos
Despeje-os na lata do lixo
Ou em mim, como preferes
Sempre foi assim
Não tenho como te mudar
Você é isso e acabou
Ficar lutando em vão
Cansa a alma
E amarra as mágoas no coração
Já deu tempo
Tempo pro tempo correr
Passou
Passageiro que sou
E como nunca fui omisso
Como um covarde fujão
Mas, afundo junto com a nau
Independente da turbulência
Agora é minha hora
Caminhar com minhas pernas
Ouvir com meu interesse
Falar com minhas idéias
Respirar um ar que não o seu
Perguntando as questões
Que você nunca respondeu
Ou quando se aventurava
Respondia com um sorriso
Como a face do traidor
Você me dizia assim:
- O destino que quis...
se vira meu amor.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Derrotas...

Todo mundo me disse
Minha mãe repetiu
Os esportes ensinam
Lições padrões de viver
- É preciso saber perder!
Taí o aprendizado
Nisso eu sou profissional
Ultimamente, sou íntimo do revés
Então, não posso reclamar
Eu sei ser um perdedor
Tudo que tive zelo se foi
Das minhas mãos esvaiu-se
Tudo que amei se foi
Do meu coração fugiu
Dando um adeus
Como se me avisasse
Que não sou capaz de amar
Ou nunca manteria um só
Sempre fui do mundo
Apanhando e levantando, logo em seguida
Nunca perdi algo por falta de tentativa
Porém tudo tem o seu ápice
E o meu é respeitar os limites
O do amor acabou
Respeito...
- Está livre...
E eu no meu rumo, vou
Como um bom hermano que sou
Que não vai trocar a glória de chorar
Por uma mera vitória