sexta-feira, 15 de junho de 2007

Mal humor...

Dia amargo
Até o mel, na boca, amarga
No gosto do fel, me embriago
Os olhos me doem
O peso do semblante amargurado
Não posso ser questionado
Não quero responder
Não devo responder
Não posso responder
Vou machucá-los
Sem poupar os mais queridos
Sei que vai doer
Ninguém suportaria uma porção do meu azedume
Mas não me enclausuro
E acabo fazendo o que mais temia
Arrisco-me a encarar o sol
É em vão
Ele é insuperável
Me ofusca sem medir esforços
Sei que ninguém tem culpa
Talvez nem eu tenha
E até prefiro não encontrar os culpados
Então vou conformar meu espírito com a espera
Esperar que o dia passe muito rápido
Leve consigo a minha tristeza
Que a minha dor seja etérea
Que o meu vazio não seja preenchido por outro vazio ainda maior
E o meu humor não venha ferir mais ninguém
Minha alegria é efêmera
Espero que ela torne em breve
Da maneira que vivo, está insustentável
Não posso mais ser assim
Cansei de procurar
Me vejo como um viajante estranho
Perdido dentro do próprio corpo
Pior que isso...Perdido dentro da própria alma.