domingo, 24 de junho de 2007

Grilhão...

Nada pior que ser sozinho
Somente espaços vazios
Variantes de só e solitário
Sucumbir à qualquer tentativa
Temer até as possibilidades desconhecidas
Distrair-se com os dissabores cotidianos
Créditos apenas ao igual ou pior
Partir sempre atrasado
Atravessar a avenida dos desejos
Desistir de sonhar
Sonhos agora são pesados
Pesadelos da infância retornam
Refugiam-se em um coração apagado
Apenas há escuridão
Escondendo todo um amargor
Amargo âmago que antes amava
Amou tanto que seus olhos vedou
Verdades feriram tanto
Tudo serviu apenas como proteção
Plano de fundo agora é negro
Nada mais vai resgatá-lo
Resistirá por toda a vida
Vivendo aprisionado em seu próprio corpo
Certo de que é companhia o bastante
Buscando apenas o desfecho de cada dia
Desejando que eles passem velozmente
Vorazes como nunca foram antes
Até que o tempo o leve
Libertando-o das amarras que ele mesmo criou

Criaturas
Castas
Criam
Correntes
Com
Cadeados
Cercando
Corações
Cansados de crer

Chorar não resolve mais
Mentiras não iludem mais
Tentar não motiva mais
Rezar já seria demais

Tudo o que quer é ficar só
Solidão, ele e ninguém mais
Enquanto a Morte não dá o nó
Atando o sono dos mortais.