sexta-feira, 24 de abril de 2009

Onze noites...

Já vejo os portões se abrindo
E aquela sensação de fim
Do início
Do recomeço
Tudo se mistura rumo à porta
Ela se abre e treme
Como se não quisesse
Mas eu vou
Isso faz o vento desistir de passar
Todos vão desacreditar em mim
A fé que tinham fez-se odor
Em meio ao enxofre que deixo
É tudo podre por aqui
Quase um sanatório em fervura
Cérebros lavados com sangue e fogo
Aquecendo o leite de poucas mentes
Agora eu vou indo
Por Deus, como vou correr
Esta é a chance de ter a trégua
Um pouco menos de inferno
Menos lágrimas para quem me tortura
Descerei as escadas e me identificarei
Para dizer que por onze noites não mais
Adeus ao próprio demônio
Que num toque de ligação
Sussurrava diariamente:
- Atenda-me, eu sou o cão!