quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Sal(dades)


Vida de escolher
Escolhas para quê?
Sentir aquilo que não pus na buca
Ouvir tudinho que não me disseram
Real ou mais ou menos isso
Não importa
Nem poderia
É como reclamar de tudo
Que foi bom um dia
Certezas carameladas
Juras açucaradas
Bocas lambuzadas
Cabelos engalfinhados no mel
Taí
Descobri o por quê
Falta salgar
Falta sal(dade)
Do tempo em que o sabor
Era uma conseqüência fatal
E que cada segundo longe
Sequer faria mal
E não faz
Não é mal
É normal
Como um filho que foge de casa
Se acampa na árvore
Mas sempre ao anoitecer
Pula a janela
Para em sua cama dormir
Voltar a dar sabor
Um desafio diário
De quem ainda quer salgar o que é doce
E experimentar todo dia o que já conhece

Depois disso tudo
Que tal um café?
Sem açúcar, por favor
Prefiro matar a sede de sal(dades)...