quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A cor dos sentidos...

Tudo era vermelho
A novidade era assim
Sorriso e mão na mão
Como um tenso carmim
Tenso e teso
Constante e incerto
Jogo de trocas
De farpas
De medos
De abraços
Dados e devolvidos
Em justas medidas
Exageradas por si só
Em bancos de praça
Em bancos, de graça
Era vermelho
E ficou ainda mais
Pior que o sangue
Aquele derramado por nós
Mas nem tanto
Não se foi tudo
Ainda há veias
Velhas veias corriqueiras
Capazes de transportar vida
Vida em vermelho
Vermelho grosseiro
Estúpido como a própria resistência
Como o sentido da vida
Este...
Eu já sei
Tem uma cor
É vermelho
Foi vermelho
E vai ser até o fim
O final da visão
O final do sentir
O final do pulsar
De cada vermelho do viver