sábado, 26 de dezembro de 2009

Entre os dedos e as luvas...

- Impressionante como me caibo em ti (Dedos)
- Que nada! Fui feita para ti (Luvas)
- E o conforto dos meus movimentos... (Dedos)
- Eu sei, é como se eu nem existisse (Luvas)
- Só não entendo por que às vezes me apertas (Dedos)
- Ora, bem por que se estica demais (Luvas)
- Mas não era feita para mim? (Dedos)
- Sim, porém para ti curvado (Luvas)
- Pensei que fosses de um material flexível (Dedos)
- Sim, sou (Luvas)
- Então o que há? (Dedos)
- É o que está entre nós (Luvas)
- Apenas ar... (Dedos)
- Há muito ar entre você e eu... são ares (Luvas)
- E faz mal respirar? (Dedos)
- Se outros ares, sim. Não saberei te aceitar assim. (Luvas)
- Acho que te entendo, mas você não compreendeu (Dedos)
- E o que haveria de compreender? (Luvas)
- Que por mais outros ares surjam eles só circulam entre mim e você (Dedos)
- Ah! É como se nossos gestos fossem o próprio mundo... (Luvas)
- É! E acenando para o futuro que estamos trilhando... (Dedos)
- Pois venha... (Luvas)
- Com certeza, para dentro e para além. (Dedos)
- Em gestos de ... (Luvas)
- ... um amor sincrônico. (Dedos)