sexta-feira, 20 de junho de 2008

Quase cinco...

Essas letras vinholadas

Rogam o sol endemoniadas

Roém o véu da madrugada

Que perdura estasiada

Falta pouco pra findar

Fim da noite

Fim do mar

Mar do escuro e cheiro tosco

Peso amargo e meio insoço

Quem sabe fosse mais que um olhar

Ou de mal fosse nos estuprar

Então estupre e deturpe

Pois a alma é vã

E agora o fim da noite

No gemer da alma pagã

Que transforma até o amor

Em ranso choco de irmã

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Mulher cartaz...

Mesclas de sorriso
Com dentes de revés
Acena com teu prato
E os dedos sem anéis
Oferecendo o choro
Em troca de dinheiro
Apelando pra fome
Ou prorrogando o enterro
Nem sonha mais
Tampouco volta atrás
Quem vai lá?
Ajudar no movimento
Do risonho rito miserável
Daquela que treme e tilinta
Os ossos da taça plástica
As letras de tinta ilícita